Numa fração de segundos, o diagnóstico do câncer muda toda uma vida. No início, um turbilhão de ideias, medos e dúvidas invadem a mente dos pacientes e abalam os corações de familiares e amigos. Em uma fase onde muitos ficam sem rumo, um passo a passo sobre o tratamento pode ajudar muito neste momento da doença. Confira as recomendações do Dr. Bruno Azevedo, oncologista do Hospital São Vicente – Funef:

1 – Encontrar o melhor médico para o tratamento: um profissional dedicado, que está bem preparado e se importa com o paciente e com o planejamento de todo o tratamento. Vale lembrar que o melhor tratamento para diversas doenças é melhor decidido numa equipe multidisciplinar, com especialistas de diversas áreas.

2 – O apoio das pessoas mais próximas é fundamental. Esta fase não deve ser um teste solitário de resistência… Todo apoio é muito importante!

3 – A partir de agora, de acordo com os limites que o tratamento impõe, é preciso atenção à alimentação, bebida e à forma como as atividades diárias são executadas. Adotar práticas saudáveis, como exercícios leves e terapias alternativas como ioga e meditação podem contribuir com o tratamento realizado.

4 – E, acima de tudo, lembre-se de viver!!! O caminho do tratamento pode parecer longo, mas saborear a vida pode ser uma das grandes fontes de sucesso… Portanto, vamos em frente!

Nas consultas médicas, é importante tirar todas as dúvidas, algumas delas: Quais as causas para este problema? Outras pessoas da família podem ter o mesmo tipo de doença? Quais exames são necessários? Qual é a fase da doença? Que mudanças de atitude e hábitos são importantes? Quais são as opções de tratamento? Quais os riscos e benefícios das formas de tratamento? A doença pode avançar ao longo do tratamento? O que posso fazer para controlar os sintomas da doença?

Conforme comentado inicialmente, uma equipe com profissionais de diversas áreas aumenta a chance de sucesso. O cirurgião oncológico, o oncologista clínico e o radio-oncologista estão associados às três principais formas de tratamento empregados na luta contra o câncer. São elas:

– Cirurgia: remoção de parte ou de todo o tumor, ou correção de problemas causados pela doença. O procedimento cirúrgico depende da localização do tumor e dos seus efeitos, ou órgãos envolvidos.

– Quimioterapia: remédios para controle ou destruição das células tumorais. Essas medicações podem ser administradas das mais variadas formas, como por exemplo: endovenosa, subcutânea e via oral.

– Radioterapia: nessa modalidade de tratamento utilizam-se radiações ionizantes (raio-x e raio-gama, por exemplo) com o objetivo de eliminar células tumorais, ou para reduzir a chance de que um tumor removido com cirurgia retorne.  Essa forma de energia pode ser produzida através de aparelhos específicos, denominados aceleradores, ou através de materiais radioativos colocados próximos ao corpo do paciente ou diretamente na área a ser tratada. Não provoca dores durante sua aplicação e também não é visível durante a sessão de tratamento. Os efeitos colaterais da radioterapia estão relacionados à área do corpo tratada, sendo assim, variado entre os pacientes.

A equipe de enfermagem oncológica auxilia na orientação e nos cuidados ao longo do tratamento. A equipe da nutrição realiza uma análise do estado geral, e orienta suplementos e cuidados de alimentação fundamentais para a melhora. A fisioterapia e a psicologia programam a reabilitação e o fortalecimento tanto físico quanto emocional. Já a equipe dos cuidados clínicos suportivos atua de forma ampla no combate aos sintomas da doença e do tratamento, com foco na qualidade de vida da pessoa que adoece e da sua família.

Vale ressaltar que todo tratamento deve ser individualizado. “Cada caso é um caso diferente. E lembre-se: quanto mais você compreender sobre o tratamento, maiores são as chances de tudo sair conforme o planejado. A combinação de todos esses cuidados e fatores é a chave para o sucesso. Tire todas as suas dúvidas, conte com a equipe multidisciplinar, junte suas forças aos amigos e familiares, e tenha confiança sempre”, finaliza o especialista.

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