Julho é o mês escolhido para conscientização do câncer de bexiga e, recentemente, médicos da Uro-Oncologia do Hospital São Vicente, em Curitiba (PR), realizaram com sucesso a primeira Cistectomia Radical por Videolaparoscopia, para retirada do órgão. A cirurgia, considerada de alta complexidade, foi inédita no hospital e é um dos procedimentos para tratar o câncer de bexiga invasivo.

Poucas pessoas sabem, mas a doença está entre as que mais acometem os brasileiros. É bastante comum em homens acima de 55 anos – quase 90% dos casos – mas pode surgir em qualquer faixa etária. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), estima-se que anualmente são detectados 9.480 novos casos de câncer de bexiga no Brasil, sendo que destes, 6.690 ocorrem em homens e 2.790 em mulheres.

Segundo informações do médico urologista do Hospital São Vicente e também responsável pela primeira cistectomia no hospital, Andre Labegalini, o principal sintoma é “a hematúria (sangue na urina) e o tabagismo é o fator de risco mais importante. Seu diagnóstico é feito por exames de imagem (ultrassom, tomografia ou ressonância) e confirmado por biópsia da lesão via endoscopia (canal da uretra)”.

O tratamento definitivo pode ser feito através de “raspagem” da lesão ou, em alguns casos, com a retirada parcial ou total da bexiga, procedimento conhecido como cistectomia. Além disso, podem ser realizadas quimioterapia e/ou radioterapia em casos selecionados.

“Para a substituição da bexiga retirada é realizada uma derivação urinária com uso de segmento de intestino delgado (Bricker) ou em casos especiais, a confecção de neobexiga ileal (nova bexiga)”, complementa o especialista.

Vale lembrar que o Hospital São Vicente contar com um programa de fellowship de Uro-Oncologia – curso com duração anual.