Terceira e quarta doses são fundamentais para continuar a evitar a disseminação do coronavírus

Nas últimas semanas vimos os casos de Covid-19 aumentar. Segundo o Informe Epidemiológico Coronavírus (Covid-19), divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado do Paraná (Sesa) no dia 5 de junho, a média móvel teve um acréscimo de 7,2% em relação a 14 dias atrás. Embora o relaxamento das medidas preventivas também possa ser responsável por esse aumento, a infectologista do Hospital São Vicente Curitiba, Dra. Thatiane Nakadomari alerta sobre a menor procura da população pelas doses de reforço da vacina.

“É muito importante tomar a dose de reforço, estamos vendo muitos pacientes que tomaram as duas primeiras doses, mas não tomaram a dose de reforço. O esquema vacinal completo hoje, da vacina contra a Covid-19 para o adulto jovem são três doses e para os imunossuprimidos e pessoas acima de 50 anos são quatro doses”, afirma.

De acordo com o Ranking da Vacinação contra a Covid-19 no Paraná, até o dia 5 de junho 95,97% dos paranaenses tinham recebido a primeira dose e 87,36% a segunda dose. Já para a dose de reforço a procura teve uma queda pela metade: somente 48,51% das pessoas tinham sido imunizadas.

A vacinação em massa da primeira e segunda dose ajudou a reduzir a disseminação do coronavírus e diminuir a gravidade da infecção em quem acaba sendo contaminado, diz a Dra. Thatiane Nakadomari. Mas, sem as doses de reforço, essa situação pode piorar.

“Não é vacina demais, como já ouvi falarem. Nós temos estudos dizendo que somente duas doses não foram suficientes para conter a disseminação do vírus”, ressalta. “E nos idosos e nos imunossuprimidos a quarta dose também é importante. Como o sistema imune dessa população não funciona de uma forma adequada, precisa de uma dose a mais para que responda adequadamente quando entrar em contato com o vírus”, complementa.

A infectologista observa ainda que, apesar dos casos serem mais leves, continuam ocorrendo hospitalizações devido à Covid-19. “Alguns pacientes ainda são internados, principalmente quem faz parte da população de risco, como idosos, pacientes com comorbidades.”

Dia da Imunização

Na próxima quinta-feira, 9 de junho, é comemorado o Dia Nacional da Imunização. Nos últimos anos aconteceu uma queda da procura pelas vacinas contra diversas doenças. A vacinação contra a gripe está bem abaixo do esperado – apenas 47% da estimativa de cobertura no Paraná. Outras vacinas fundamentais, como contra a hepatite, tuberculose, difteria, sarampo e poliomielite também tiveram menos procura, fazendo com que doenças já erradicadas voltassem a circular. Segundo informações da Secretaria de Saúde do Paraná, depois de mais de 20 anos sem registros de sarampo, o estado teve um surto com mais de 1,7 mil casos confirmados entre 2019 e 2020.

Mas, embora a vacinação costume ser atribuída somente às crianças, a infectologista lembra que também existe um calendário vacinal para adultos e idosos, que devem procurar um médico ou posto de saúde para saber quais vacinas são necessárias tomar. “É a partir das vacinas que conseguimos erradicar várias doenças. O surto de sarampo foi devido a uma baixa imunização, era uma doença que já tinha sido extinta e quase não tinha casos. Isso ressalta a importância da vacinação”, salienta Dra. Thatiane Nakadomari.