O câncer de próstata é o tumor maligno mais incidente nos homens brasileiros. São cerca de 60 mil novos casos por ano em nosso país. Segundo o Ministério da Saúde, em 2016, 26.963 casos de neoplasias foram diagnosticados em homens no Paraná. Em terceiro lugar está o câncer de próstata, totalizando 8% dos casos – equivalente a cinco pacientes novos por dia. Felizmente, a maioria deles (80%) são detectados no início da doença, quando o tumor ainda está apenas dentro da próstata, o que leva a uma alta chance de cura.

Para debater o tema e conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, o Hospital São Vicente – Funef promoverá no dia 17 de novembro duas palestras gratuitas e abertas à população. Às 15h, a nutricionista Paola Oliveira falará sobre “O Poder da Alimentação na Prevenção do Câncer de Próstata”. Isso porque o licopeno do tomate e da melancia, por exemplo, são fatores de inibição do crescimento de câncer de próstata. Já as gorduras animais são totalmente contraindicadas.

No mesmo dia, às 16h30, Dr. André Matos de Oliveira, Coordenador do serviço de Urologia Oncológica do Hospital São Vicente falará sobre “Prevenção do Câncer de Próstata – Riscos Evitáveis”. Segundo ele, duas condições aumentam o risco do surgimento do câncer de próstata: raça e histórico familiar. “Sabemos que os homens negros possuem o dobro de chance de desenvolver o tumor. Curiosamente, os orientais têm um risco 70% menor da doença. Quanto ao histórico familiar, homens que tiveram um caso de câncer de próstata na família, têm seu risco aumentado em 50%”, afirma.

Em fase inicial, a doença não desenvolve sintomas, e esse é o principal motivo para os exames de detecção precoce: exame de sangue (PSA) e o toque retal. “Todos os homens devem iniciar ambos os exames, anualmente, a partir dos 50 anos. Naqueles com os fatores de risco citados acima, com 45 anos. Importante ressaltar que o PSA não substitui o toque da próstata, já que é o somatório dos exames que faz aumentar a chance de detecção”, alerta.

Quando detectado em fase inicial, pode-se tratar os homens com cirurgia ou radioterapia. “Com altas taxas de sucesso, esses tratamentos podem trazer alguns efeitos colaterais aos pacientes, em especial na questão urinária ou sexual”, explica.

Atualmente, tem ganhado espaço na comunidade médica urológica a conduta chamada vigilância ativa, em casos de tumores classificados como indolentes ou de baixo risco. Nesses casos, os pacientes são acompanhados periodicamente com exames, e não realizam o tratamento de imediato. “Isso é possível pois esses tumores crescem muito lentamente, conferindo aos homens um pequeno risco de morte pela doença. Nos Estados Unidos, cerca de 40% dos pacientes de baixo risco estão em vigilância ativa”, complementa. “Por fim, ressaltamos que o câncer de próstata é uma doença heterogênea, e após o diagnóstico, as decisões devem ser tomadas com diálogo amplo e honesto entre o paciente e seu médico urologista”, finaliza o especialista.