Médica emergencista explica os sintomas e quando procurar um pronto atendimento

No verão, muitas pessoas querem aproveitar os dias de calor ao máximo, seja na praia, em um clube ou no parque. Mas, a exposição excessiva ao sol pode acabar atrapalhando a diversão ao provocar uma insolação, que é o aumento da temperatura corporal. “É muito comum no verão a pessoa exagerar na exposição ao sol e isso pode leva à insolação, que ocorre justamente pelas altas temperaturas”, alerta a Dra. Maria Luiza dos Reis Branco, médica emergencista do Pronto Atendimento do Hospital São Vicente Curitiba.

Geralmente, as pessoas associam a insolação a queimaduras solares, porém a maioria dos sintomas estão relacionados à desidratação, explica a médica. Os principais são dores de cabeça, tontura, náuseas, pulso acelerado, dificuldade para enxergar, sonolência, mal-estar e diminuição da urina.

Ao perceber esses sintomas, a recomendação é procurar um pronto atendimento para avaliar se é uma insolação leve, moderada ou grave. “Normalmente, são leves e moderadas e a principal recomendação de tratamento é, além de diminuir a temperatura corporal, também aumentar a hidratação com água e fazer compressas úmidas nas axilas, pernas, face e onde estiver com sintoma mais intenso”, orienta. Porém, em casos graves, ainda é necessária uma hidratação endovenosa para conseguir repor os líquidos.

Quando uma pessoa está muito desidratada e com uma temperatura corporal muito alta, existe o perigo de coma, crises convulsivas, distúrbios neurológicos graves, e em casos muito extremos, pode causar a morte. “Tontura excessiva, pele muito seca, lábios secos e confusão mental são os sintomas mais graves e que requer um pronto atendimento”, salienta a Dra. Maria Luiza dos Reis Branco.

Mesmo que não esteja exposta ao sol ou calor, uma pessoa ainda pode sofrer desidratação. Quando é leve, costuma causar boca seca, dor de cabeça, sonolência e cansaço. “Já na desidratação moderada e grave, principalmente a grave, o paciente apresenta pressão arterial muito baixa, sede excessiva, confusão mental, respiração rápida, dificuldade para manter controle neurológico, a frequência cardíaca normalmente aumenta bastante, o paciente fica com dificuldade de se comunicar”, relata a médica emergencista.

Assim como a insolação, uma desidratação muito grave pode também levar a um coma e até parada cardiorrespiratória. “Então, a nossa maior preocupação é não deixar o paciente com sintomas graves de desidratação”, afirma.

Importância de beber água o dia inteiro

A Dra. Maria Luiza dos Reis Brancos ressalta a importância da água para evitar problemas como esses. “O ideal é ter uma ingesta de dois a três litros de agua por dia e precisamos que seja distribuído ao longo do dia”, lembra ela. Também não é recomendado consumir alimentos quentes ou condimentados quando se está exposto ao sol, que deve ser evitado entre às 10h e 16h.

“Temos que aumentar bastante a ingestão de água nesta época do ano porque as temperaturas altas fazem perder mais líquidos pelo suor, especialmente em pessoas mais idosas”, reforça a médica emergencista do Pronto Atendimento do Hospital São Vicente Curitiba.