Perda de paladar e olfato, dor de cabeça e fadiga podem ser sinais tanto de gripe, resfriado ou infecção pelo novo coronavírus

Dor de garganta, tosse, coriza, falta de ar: se alguém está com qualquer sintoma respiratório, com ou sem febre, precisa procurar o médico para fazer o exame de detecção da Covid-19. O alerta é da médica infectologista do Grupo Hospitalar São Vicente, Dra. Thatiane Nakadomari.

Os sintomas respiratórios comuns na covid-19 se parecem bastante com sintomas inicias de gripes e resfriados, incluindo perda de paladar e olfato, dor de cabeça e fadiga. Já a febre por mais de 48 horas e, em idosos, confusão mental, são sinais de alarme.

“É preciso que com um ou mais sintomas respiratórios, o paciente, além de fazer o exame, aguarde o resultado em isolamento. No caso de um resultado positivo para o coronavírus, mantenha o isolamento”, recomenda Dra. Thatiane.

Nakadomari lembra que, com o uso de máscaras e com mais pessoas atentas à higiene das mãos, diminuiu o número de casos de gripe (vírus Influenza A, B e C) e resfriados (alguns vírus, como adenovírus e rinovírus). Dados do sistema Infogripe, da Fiocruz, demonstram que entre janeiro e agosto de 2020, os casos de gripe caíram 62,2% em relação à média dos três anos anteriores no mesmo período.

Mas essas doenças, difíceis de distinguir entre si, continuam presentes, principalmente com as temperaturas mais baixas do inverno. E a gripe também pode matar.

Já se sabe que essas doenças e a covid-19, em qualquer clima, são muito transmissíveis. “As temperaturas baixas, por si só não favorecem a transmissão de doenças respiratórias. O que acontece, por exemplo, é que em períodos de frio, as pessoas se aglomeram mais e fecham portas e janelas, e a falta de ventilação favorece a transmissão de vírus”, aponta.

Prevenção e vacinação

Nakadomari destaca a importância da vacina contra a covid-19, que é eficaz, já que não há cura ou tratamento precoce para a doença. “Para que possamos combater a covid-19, é necessário a vacinação em massa. Enquanto 80% da população não estiver vacinada, não conseguiremos sair da pandemia”, ressalta.

Manter distanciamento social, não aglomerar, lavar sempre as mãos, usar máscara, manter ambientes bem ventilados são cuidados que Nakadomari segue recomendando, pois comprovadamente funcionam na redução da transmissão do coronavírus.

Ela lembra ainda outras medidas que julga importantes, como políticas de fechamento seletivo, deixando abertas apenas atividades realmente necessárias e restrição de entrada de pessoas, e de educação social, com incentivo a comportamentos simples, que já deveriam fazer parte do cotidiano, como: não tossir “na cara dos outros”, deixar janelas abertas mesmo no frio e não levar a mão ao nariz e tocar outras pessoas. E com a covid-19, ainda é preciso manter a distância de um metro e meio de outras pessoas, sem aperto de mãos, sem abraços ou beijos, sempre de máscara.

“É o mínimo. Se tivéssemos obedecido essas pequenas regras e vacinação em massa, talvez não estivéssemos na situação em que estamos.”

Para ela, outra medida é parar de discutir e disseminar informações falsas sobre vacinas e sobre tratamentos que não funcionam. “Isso só impede que a gente evolua. Devemos acreditar na ciência, no que a maioria dos especialistas recomenda, acreditar na vacina”, conclui.