Se detectada no início, doença pode ter 90% de chances de cura

Dia 27 de julho é o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, doença que é lembrada por todo o mês, no chamado Julho Verde. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), se for diagnosticado precocemente, esse tipo de câncer tem chances de cura de 90%. Mas, um dos problemas está exatamente no rastreio do tumor em fase iniciais. “Cerca de 60 a 70 % dos pacientes que procuram o especialista já apresentam quadros mais avançados da doença”, afirma a Dra. Debora Mattana, cirurgiã oncológica do Hospital São Vicente.

São vários os tumores relacionados a câncer de cabeça e pescoço: há os da cavidade oral, que compreendem lábios, língua, palato duro e palato mole; seios da face e cavidade nasal; porções da faringe, que abrange nasofaringe e orofaringe (amigdalas e base de língua); hipofaringe, laringe, glândulas salivares, glândula tireoide e outras estruturas encontradas nos vasos sanguíneos e nervos. “Embora em muitas situações a doença seja assintomática, pode ocorrer feridas na boca ou garganta; alteração na voz, como rouquidão persistente; dificuldade ou dor para engolir, nódulos em região do pescoço, mau hálito, engasgos recorrentes, dentes moles e perda de peso”, enumera a médica.

Dra. Debora ressalta que a doença é mais incidente em homens. “Os tumores de cabeça e pescoço são mais comuns nos homens acima de 50 anos de idade”, relata. Ela esclarece que é muito importante evitar alguns hábitos que podem ocasionar os tumores. “O maior fator de risco para os tumores de boca, faringe e laringe é o tabagismo”, alerta. Outros riscos são consumo de bebidas alcoólicas, infecções, como por exemplo a infecção pelo HPV (Papilomavirus Humano) e Epstein-Barr. “É indicada a vacinação de HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Também deve-se usar preservativos e manter uma boa higiene oral. A consulta regular com dentista também é importante, pois pode identificar lesões mais precocemente”, salienta Dra. Debora Mattana.